Tolledo e os Marrento - Vaqueiros Urbanos

Aquele cheiro de capim gordura
Permanece em nossas mãos
Esse tempo que a gente tá viendo
Não foi tanto pra nos corromper
Nossa história sendo escrita por você e eu
Cada palmo dessa estrada um de nós pisou
Nossa sombra projetada no espelho
Dessas águas se cristalizou
As porteiras trancam ruas, fecham avenidas
Mata-burros e cancelas guiam nossas vidas
Primavera já chegou em nossos corações

E nós, pobres vaqueiros urbanos
Com a capanga ainda cheia
De esperança e planos
Acertando o nosso passo
Cavalgando nesse pasto
De concreto e dor
Os profetas do passado
Nos legaram a flor
Nossos olhos muitas gotas
A molhar o chão
Primavera floresceu em nossos corações
Se as porteiras trancam ruas
Guiam nossas vidas
Mata-burros e cancelas abrem avenidas
Nossos filhos vão saber
Que a distância nos atalhos nem sempre é menor

Nossa vida construída entre trancos e barrancos
Nesse frio mundo de ninguém
Pouco importa esse cheiro de vaqueiro
Que a gente tem